Numa vila cheia de tradição, de um Reino muito antigo, que vivia adormecido sobre grandezas passadas, nasceu, no dia de Nossa Senhora da Conceição, uma menina que viria a tornar-se uma grande poetisa. Estava-se ainda num tempo em que a cultura e a poesia estavam reservadas praticamente apenas aos homens, mas ela ajudou a romper com o preconceito e com as proibições a que as mulheres estavam sujeitas.
Verdadeira Diana, deusa caçadora indomável ligada ao mistério da Lua, teve no irmão, Apeles, uma espécie de deus Apolo, um Sol que lhe iluminou os dias e por quem sempre sentiu uma ligação que estava para além deste mundo.
Quando o Reino deu lugar à República, continuou ainda o predomínio do poder masculino, mas graças a ela, e ao seu exemplo, já nada seria como dantes. Os deuses chamam mais cedo aqueles que amam, e assim aconteceu com ela, Diana, e com o seu irmão gémeo, Apolo, filhos de deuses antes de o serem de seres mortais. A poesia é realmente eterna, porque é filha da Liberdade.